Mas podemos escolher os nossos caminhos.
Assim como o navegante,
que não tem controle sobre o oceano e os ventos,
ajusta as velas do seu barco,
para seguir rumo ao porto que deseja.
E o homem que viaja no deserto,
embora não possa controlar as tempestades de areia,
aprende a identificar os seus sinais e buscar um local seguro,
que o abrigue até que possa prosseguir a jornada.
O imprevisto faz parte da viagem.
E os mistérios que se ocultam,
atrás de cada curva do caminho,
nos oferecem as alegrias das boas surpresas;
ou o desafio de superar os obstáculos que surgem.
Lembrai-vos, sempre, de que o agricultor,
ao cultivar a seara,
não tem qualquer controle sobre os fatores da natureza.
Ele apenas prepara o solo,
lança as sementes que escolhe e cuida da plantação.
Molha o terreno,
quando a chuva se faz escassa; abre valas,
quando a água em excesso se torna ameaça.
Trabalha, com todas as ferramentas ao seu alcance,
para que possa ter uma boa colheita.
Assim faz o homem sensato.
Não são os imprevistos da vida,
que determinarão os nossos caminhos;
mas a forma como a eles reagirmos.
Porque é o leme, não o vento,
que define o rumo do barco.
Cuidemos, portanto, da nossa seara.
Preparemos o nosso coração e a nossa mente;
plantemos as melhores sementes e cuidemos delas,
dia a dia,
para que possamos ter a colheita que desejamos.
Não nos deixemos abalar pelos imprevistos.
É porque existem as montanhas,
que nos tornamos capazes de escalá-las;
porque existem abismos, criamos pontes;
por existirem mares, construímos barcos.
É porque existem os desertos,
que nos alegramos ao encontrar um oásis;
porque a sede tortura, que a água fresca é tão boa.
É porque a saudade é amarga,
que nos sentimos felizes no reencontro.
Sim; os acasos influem em nossas vidas;
e muitas vezes,
nos fazem passar por caminhos que
não pensávamos percorrer.
Porém, o verdadeiro Eu é a nossa bússola:
deixemos que nos aponte o norte
.
Não podemos impedir que a chuva caia.
Entretanto,
podemos entristecer-nos porque nos mantém em casa;
ou ajeitar-nos sob as cobertas e
pensar no cheiro gostoso da terra molhada,
que virá depois.
Eu vos tenho dito: a escolha é sempre nossa.
Por isto,
há pessoas que se encantam
ao entrar em um jardim de rosas;
e outras que se assustam e encolhem,
diante do medo que têm aos espinhos.
Em nossa jornada, existirão borrascas e calmarias.
E o navegante que desfrutará da beleza do oceano e
chegará ao porto não é o que pula do barco,
apavorado, quando as ondas se mostram mais fortes.
Mas aquele que é capaz de enfrentar as tempestades.
Já falou-se tanto em amor, amizade e paixão...
Que tal falarmos do que não é amor?
Se você precisa de alguém para ser feliz,
isso não é amor...
É CARÊNCIA.
Se você tem ciúme, insegurança e
faz qualquer coisa para conservar alguém ao seu lado,
mesmo sabendo que não é amado,
e ainda diz que confia nessa pessoa,
mas não nos outros, que lhe parecem todos rivais,
isso não é amor...
É FALTA DE AMOR PRÓPRIO.
Se você acredita que sua vida fica vazia sem essa pessoa;
não consegue se imaginar sozinho e
mantém um relacionamento que já acabou só
porque não tem vida própria
- existe em função do outro -
isso não é amor...
É DEPENDÊNCIA.
Se você acha que o ser amado lhe pertence;
sente-se dono(a) e senhor(a) de sua vida e de seu corpo;
não lhe dá o direito de se expressar,
de ter escolhas, só para afirmar seu domínio,
isso não é amor...
É EGOÍSMO.
Se você não sente desejo;
não se realiza sexualmente;
prefere nem ter relações sexuais com essa pessoa,
porém sente algum prazer em estar ao lado dela,
isso não é amor...
É AMIZADE.
Se vocês discutem por qualquer motivo;
morrem de ciúmes um do outro e brigam por qualquer coisa;
nem sempre fazem os mesmos planos;
discordam em diversas situações;
não gostam de fazer as mesmas coisas ou ir aos mesmos lugares,
mas sexualmente combinam perfeitamente,
isso não é amor...
É DESEJO.
Se seu coração palpita mais forte;
o suor torna-se intenso;
sua temperatura sobe e desce vertiginosamente,
apenas em pensar na outra pessoa,
isso não é amor...
É PAIXÃO.
Agora, sabendo o que não é o amor,
fica mais fácil analisar,
verificar o que esta acontecendo e procurar resolver a situação.
Mesmo que a situação se confunda às vezes para você,
o correto é que avalie a "PRESENÇA" e a "AUSÊNCIA"
de seu par na sua vida e diante do resultado de seus sentimentos
irá perceber se algumas das situações acima são temporárias ou
caracterizam definitivamente seu tipo de relacionamento.
Porque a "convivência" faz com que o tempo transforme
o que é AMOR em ETERNIDADE.
Mais cedo ou mais tarde, todos nos iremos deste mundo.
Assim precisa acontecer a cada homem,
para que amanhã lhe seja dado caminhar pelos
jardins da Mansão da Eternidade.
Pois os trajes que hoje vestimos não resistem
à passagem dos anos.
E haveremos de trocá-los tantas vezes quantas sejam necessárias,
para acumular o aprendizado que nos falta.
Só então, seremos dignos de calçar as sandálias
que nos levarão ao Conhecimento.
É preciso aceitar esta verdade,
por mais que nos possa assustar.
Porque é apenas ao assumir a certeza da finitude,
que podemos avaliar a importância de cada momento que
transcorre em nossa vida.
Aceitar os nossos limites é a forma de entender a
amplitude do ilimitado;
reconhecer a certeza do fim é o que nos leva
ao conceito de Infinito;
aceitar a morte é que nos faz valorizar a Vida.
Como o viajante que respeita a extensão e
os perigos do deserto usa cuidadosamente
as gotas de água do seu cantil,
o homem que tem consciência da morte
aproveita mais cada instante de vida.
Usamos melhor as nossas moedas,
quando começamos a enxergar o fundo do baú;
respiramos mais fundo ao mergulhar;
desfrutamos mais dos encantos da paisagem quando
se aproxima o fim da jornada.
Sábio é aquele que não se inquieta com o que
lhe poderá trazer o futuro;
sensato é quem não se prende ao que ficou no passado.
Como a estrada é feita pedra a pedra,
a vida é vivida a cada momento.
Somos todos viajantes do tempo,
esta é a verdade.
Mas não nos cabe adiantar nem atrasar o seu ritmo;
como não nos é dado voltar sobre nossos passos.
É preciso seguir em frente, buscar novos caminhos.
E é em aproveitar a viagem, que está a sabedoria da Vida.
Porque, como ao viajante acontece,
cada nova manhã nos leva a novos lugares;
mais belos ou menos belos, mais seguros ou menos seguros.
Cada um deles, entretanto,
nos pode ensinar uma nova lição.
E não a aprenderemos,
se permanecermos presos ao que vivemos ontem;
ou se nos perdermos na esperança do que virá amanhã.
Somos todos viajantes do tempo; e,
embora a estrada se estenda pela Eternidade,
precisamos entender que ela é feita de etapas.
Para cada uma, existe um tempo certo;
e um traje adequado.
Somos todos viajantes do tempo.
E não nos devemos inquietar em demasia
com os acontecimentos de cada instante;
porque o tempo continuará a levar-nos e
amanhã estaremos em outra parada.
Somos todos viajantes do tempo;
e passaremos por diversas estações e diversas paisagens.
Tenhamos presente que as circunstâncias e
os lugares mudam sempre e nada levamos,
senão as lembranças.
Apenas nos cabe aproveitar cada momento da viagem.
Mas, às vezes, assim acontece.
Porque nos esquecemos de nós,
perdidos naquilo que chamamos de luta pela vida.
Deixamos de viver, de sentir, de ser felizes;
esquecemos o sentido da Vida.
Perdemo-nos, em uma busca vã pela felicidade.
Como se ela pudesse estar ao nosso redor,
nas coisas e vitórias que conquistamos neste mundo;
como se aqui fôssemos ficar para sempre.
É assim que é.
Não existe um homem, neste mundo, que não deseje ser feliz;
o que varia são os caminhos que adotamos,
para encontrar a felicidade.
Na insensata procura, reside o nosso erro.
Porque não a poderemos encontrar,
senão dentro de nós mesmos.
O que nos fará felizes,
não são as coisas que desejamos ter; é, sim,
a consciência do que temos e quase nunca percebemos.
Ninguém pode comer a fruta que ainda não colheu;
nem beber do poço que ainda não escavou.
Sensato é o homem que aprecia a fruta do seu pomar
e a água do seu poço,
em vez de invejar o vizinho.
E este, sem dúvida, é o caminho para a felicidade:
amar as coisas que possuímos e
as pessoas que caminham ao nosso lado.
A lugar algum pode levar o desejo insensato,
senão à frustração.
Sempre sonharemos com novas conquistas.
Os sonhos são naturais no homem,
e nos fazem seguir em frente;
são eles que nos motivam,
que nos dão as asas de que precisamos para voar.
Entretanto,
mesmo a águia que sobrevoa as mais elevadas montanhas,
tem o seu ninho; é nele que repousa,
recupera as forças e se prepara para outros voos,
que a levarão ainda mais longe.
Tenhamos cuidado, portanto, com as nossas esperanças.
E não julguemos que a felicidade dependa de mais riquezas,
de novos amores, de outras conquistas.
É dentro de nós, que a podemos encontrar.
Procuremos conhecer o nosso verdadeiro Eu;
busquemos os seus braços, o seu amparo.
Deixemos que ele nos carregue em suas asas; e,
do alto do que realmente somos,
observemos a nossa vida.
Veremos, então,
quanto temos construído e semeado ao longo do caminho.
E agradeceremos por tudo que fizemos,
por tudo que recebemos;
e nos sentiremos felizes e gratos,
por tudo que temos.
Porque o caminho para a felicidade não é pedir,
mas agradecer; não é desejar, mas valorizar o que se tem.
Não é lutar desde o nascer do dia,
mas adormecer em paz com a própria consciência.
Felicidade não é ter, mas amar;
não é poder tudo, mas fazer com alegria;
não é ter pressa do futuro, nem lamentar o passado,
mas desfrutar do presente.
Sentir cada raio de sol, cada pingo de chuva.