Muitas vezes eu também já me perguntei
se adianta a gente se empenhar para abrir o coração
num tempo de tantos corações rigidamente trancados,
em que o medo parece dar as cartas e
descartar possibilidades de troca,
espontaneidade e amor.
Houve instantes em que duvidei
e me questionei se não seria mais seguro,
mais tranquilo, mais fácil,
tentar interromper o fluxo e fechar o meu coração de novo.
No máximo,
deixar apenas uma fresta aberta por onde espiar a vida de longe.
Embora não seja necessariamente mais seguro,
mais tranquilo, muito menos mais fácil,
continuo sentindo que é bem mais leve,
alegre e desapertado viver com o coração mais aberto.
Sobretudo, para nós mesmos.
Ainda que às vezes a gente sinta estar na contramão.
Ainda que às vezes esse nos pareça ser um movimento solitário.
No mínimo, corre mais vento....
__Ana Jácomo__
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