O amor é tão leve,
que não suporta o peso dos nossos desejos;
e tão livre,
que sucumbe sob as correntes que lhe tentamos impor.
E, entretanto, é a força maior em nós.
Do amor, nascem os nossos sorrisos mais felizes;
e da tentativa de escravizá-lo à nossa vontade,
brotam as lágrimas mais sentidas.
O amor é, para a alma, como o ar é para o corpo.
E, se é certo que dele necessitamos para viver,
é igualmente certo que não o podemos reter em nossos pulmões.
O amor é como as nuvens,
que flutuam pelo ar, livres de nosso controle.
E, entretanto, ornamentam o céu e fazem nascer a chuva,
que fertiliza os campos.
Ou como as estrelas e a lua,
que não estão presas ao firmamento e,
brilhando em liberdade, fazem a beleza da noite.
O amor não absorve, completa.
Eis que o Pai maior nos concedeu o livre-arbítrio,
para que cada um de nós pudesse decidir o próprio destino.
E talvez seja esta a expressão maior do Seu amor.
É necessário que cada um ande o seu próprio caminho,
para que o amor possa guiar os seus passos.
Pois aquele que por outro é comandado,
não pode falar de amor; mas de submissão.
Como aquele que busca impor a sua vontade,
não procede em nome do amor;
mas das suas próprias carências.
Eis que a plenitude não pode brotar senão de si própria.
E como poderemos conhecer a plenitude do amor,
se cada um de nós não estiver pleno em si mesmo?
Guardai-vos, portanto,
da tentação de escolher o caminho da pessoa a
quem acreditais amar.
Pois é quando os seus próprios passos a levam até vós,
que juntos podeis caminhar...
__HASSAN__
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