Pessoas existem, que são como árvores:
dão sombras e frutos.
E são como fontes,
de onde brota a água cristalina que
dessedenta aqueles a quem amam e
refresca os seus corpos cansados;
como flores, que perfumam e
embelezam o ar ao seu redor.
Oferecem de si próprias,
porque esse é o seu jeito de ser.
Como o vento suave, que faz voar as pipas,
apoiam os seres amados e os incentivam,
para que possam realizar os seus sonhos.
Pessoas que se dedicam,
esquecendo os seus desejos;
e não o fazem por altruísmo,
mas por um doce egoísmo.
Porque na felicidade de quem amam,
encontram a sua própria felicidade.
Assim acontece, no verdadeiro amor:
a luz que ilumina os caminhos de quem ama,
é a que brilha nos olhos amados;
o seu sorriso é o sorriso da boca amada,
a sua tristeza é o choro do amado.
Pois o amor não é a agonia do desejo de posse,
mas a felicidade da doação. O amor não cobra,
oferece; não prende, liberta; não limita,
abre novos horizontes. Nada exige,
apenas une e realiza.
Pessoas existem, que se esquecem de si mesmas;
e, ao fazê-lo, não se tornam menores
. Ao contrário: crescem, em sua humildade e
seu desprendimento. Não se perdem;
antes, se encontram.
Porque a rosa simples,
que se contenta com a sua humilde posição no ramalhete,
também espalha o perfume e compõe a beleza do buquê,
mesmo após colhida e afastada de suas irmãs.
E a espuma alva,
que corre sobre a onda, em breve se desfará;
mas, enquanto existe,
cumpre o seu papel de enfeitar o oceano.
Nada é eterno, e servir é o aprendizado da grandeza.
Assim pensam as pessoas que amam.
E, muitas vezes, se ocultam entre as sombras;
porque não buscam a luz vazia dos holofotes,
mas a certeza e a paz do dever bem cumprido.
Por isto, quase nunca aparecem;
e dificilmente recebem a gratidão daqueles a quem ajudam.
Porque todos sentimos a picada do espinho,
mas nem sempre reparamos na beleza da rosa.
Em verdade, assim é o homem:
mais propenso a reclamar, do que a agradecer.
Mais inclinado a angustiar-se pelo que julga que lhe falta,
do que a sentir-se feliz por tudo aquilo que tem.
É assim que somos.
E, no nosso egoísmo,
às vezes não percebemos o valor de uma pessoa,
senão depois da sua partida; é quando,
à dor da saudade,
se junta o remorso pela falta de gratidão.
Entretanto, esse remorso não deve existir.
Porque aquele que serve de coração,
não busca agradecimentos;
contenta-se em ajudar e apoiar.
Esta é toda a recompensa que quer e de que precisa.
Pois é assim que se sente feliz.
__HASSAN__
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