Não imponha carinho, não imponha abraços,
não imponha amizade, não imponha amor.
Beijos roubados podem até ser saborosos,
mas os consentidos é que são inesquecíveis.
Não imponha banquetes a quem passou
a vida inteira recebendo migalhas.
Tem gente que é feliz assim,
numa eterna mendicância afetiva,
e passaria até mal,
se mudasse a “dieta”.
Não tente “vender seu peixe”,
mesmo que você saiba que o seu “produto”
é o melhor do mercado!
As pessoas não valorizam o que vem fácil e de graça,
elas precisam ter a sensação de que viram primeiro,
de que precisaram lutar ou pagar por aquilo.
Então,
não se coloque numa vitrine nem numa prateleira.
Não imponha nada a ninguém.
Não imponha flores a quem ainda
não entende a primavera.
Não imponha alegria a quem
tem medo de sorrir.
Não imponha abrigo a quem
se sente livre e confortável ao relento.
Deixe que as pessoas decidam ir ou ficar,
sem chantagens, sem joguinhos,
sem barganhas.
Seja feliz com o que você é,
com o que você tem,
com o que você construiu.
E, enquanto não aparece ninguém para perceber o seu valor
e para usufruir do que você tem de melhor,
consuma suas próprias verdades,
alimente-se das suas próprias crenças e
viva do seu amor próprio.
__LÍDIA VASCONCELOS__
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