Os sonhos, como as gaivotas,
abrem as suas asas todos os dias,
para uma viagem infinita.
E, quando algum tomba sobre a terra,
eis que outro o substitui na eterna busca.
Assim como podemos apenas acompanhar o voo da gaivota,
apenas podemos sonhar os nossos sonhos.
E, em um e outro caso,
não nos cabe determinar o seu rumo,
mas tão somente admirar a beleza do seu voo.
E não será este o seu encanto?
Acaso, o homem admira as coisas que pode controlar?
Ou deseja aquilo que já considera seu?
Não são os nossos sonhos uma forma de alcançarmos
aquilo que nos falta?
E o que neles nos atrai não é a promessa de felicidade que
julgamos existir no seu mistério?
Em todos os dias,
as gaivotas dos nossos sonhos sobrevoam a praia
da nossa realidade.
E, distraídos a acompanhar o seu voo,
muitas vezes não percebemos a beleza do mar,
nem desfrutamos a carícia do vento.
Entretanto, o mar e o vento existem.
E basta que os procuremos,
para que possamos sentir a sua presença;
e neles encontrar o refrigério que buscamos ao
acompanhar o voo da gaivota.
Assim, o homem se encanta pelos diamantes.
E não percebe que a fonte de sua beleza está na luz que os banha;
a luz que faz brotar os mesmos reflexos de uma simples gota d’água,
ou de um pedaço de vidro esquecido a um canto.
Entretanto, é assim que somos.
Sempre sonharemos a felicidade e,
absortos neste sonho,
muitas vezes a deixaremos de ver ao nosso lado.
Sempre, apreciaremos o voo da gaivota.
E esqueceremos de agradecer à distância,
que não nos permite vê-la como a simples ave que é.
Sempre, nos encantará o arco-íris.
E sonharemos com o tesouro ao seu término,
esquecidos das gotas que o formam.
Sempre, desejaremos algo novo.
E, tão logo o tenhamos conseguido,
o veremos apenas como algo que nos pertence;
e o esqueceremos, absortos na busca de um novo desejo.
Sempre, teremos os sonhos ...
as gaivotas dos nossos desejos.
__HASSAN__
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