Um dia, o sonho se vai.
E as vossas lágrimas não serão capazes de retê-lo.
Como as pás do moinho não seguram o vento que as moveu,
nem o prolongado hausto retém a vida no corpo agonizante.
Poupai-vos do pranto, tão inútil quanto triste;
recordai, sim, as alegrias que vos trouxe a ilusão.
Assim, trocareis o amargor do abandono pela
doçura das lembranças.
De cada vez que fordes capazes de sonhar,
não serão apenas as recordações que tereis a lucrar;
mas cada momento em que conheceis a graça de serdes felizes.
Porque,
se é verdade que a tristeza visita o coração do homem
a cada desengano, é igualmente verdade que enquanto
perdura o sonho nele vive a felicidade.
E o sofrimento de um dia não apaga a felicidade da véspera;
como o choro da criança que cai não invalida o
sorriso que o precedeu, durante as brincadeiras infantis.
Alegria e tristeza, sonho e desengano,
fazem parte das vossas vidas.
E é preciso que assim seja,
porque um não existiria sem o outro.
É o contraste que faz surgir a visão.
Sem conhecer a escuridão, como entender a luz?
Sem a morte, qual seria o valor da vida?
Sem o conforto da companhia,
como entender o desamparo da solidão?
É assim que é.
E, como ninguém pensa na volta durante a emoção da ida,
não seria sábio aquele que se negasse a viver o
encanto de um sonho, por temer o desengano.
Vivei, intensamente e sem medo, os vossos sonhos.
Porque só assim conhecereis todos os sabores da vida,
todos os aromas da paixão e todas as cores da ilusão.
Não deixeis que o amanhã vos preocupe,
a ponto de roubar-vos os sonhos.
Tristezas e alegrias são passageiras,
mas o conhecimento se debruça sobre a Eternidade.
E os sonhos, como os desenganos,
são instrumentos de que se vale o Universo,
para trazer-vos o conhecimento.
Para reavivar lembranças adormecidas
de jornadas passadas.
Sim;
um dia, o sonho se vai.
Mas outro sonho virá até vós.
__HASSAN__
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